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A qualidade do ar interior é um factor essencial para ambientes climatizados não residenciais, como escritórios, hospitais, laboratórios, escolas e comércios. A presença de microrganismos no ar pode representar riscos à saúde humana e comprometer atividades sensíveis. A norma ABNT NBR 17037:2023 estabelece diretrizes para a avaliação da qualidade do ar interior, incluindo os procedimentos para a análise microbiológica.
Neste artigo, detalhamos como essa análise é realizada, seus objetivos, metodologias e critérios normativos.
Índice
1. Importância da Análise Microbiológica do Ar
2. O que diz a ABNT NBR 17037:2023
3. Etapas da Análise Microbiológica do Ar Ambiente
4. Parâmetros Microbiológicos e Limites Aceitáveis
5. Responsabilidades e Recomendações Finais
A análise microbiológica do ar é fundamental para monitorar a presença de fungos e bactérias em ambientes fechados, contribuindo para:
Prevenir doenças respiratórias e infecções cruzadas;
Avaliar a eficiência da higienização e manutenção dos sistemas de climatização;
Atender à legislação sanitária vigente;
Garantir segurança em ambientes de risco como hospitais, laboratórios e indústrias farmacêuticas.
A norma ABNT NBR 17037:2023 define os requisitos para a avaliação da qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Especifica as parâmetros a serem analisadas, incluindo:
Temperatura e umidade relativa;
Concentração de dióxido de carbono (CO2);
Materiais particulados (PM2,5 e PM10);
Velocidade do ar (avaliada em m/s);
Relação de renovação do ar interior/exterior (I/E);
Contaminação microbiológica (fungos e bactérias aeróbias).
A coleta de amostras deve ser realizada por profissionais especializados, utilizando metodologias validadas, e os resultados comparados com os limites definidos pela norma.
3.1 Planejamento da Amostragem
Definição dos pontos de coleta representativos dos ambientes internos.
Consideração da atividade do local e das condições de climatização.
3.2 Coleta das Amostras
Utilize-se um impactador de ar microbiológico, como o Andersen ou similar.
As amostras são coletadas em placas de Petri com meios de cultura adequadas, por exemplo:
Agar Sabouraud Dextrose para fungos;
Agar Nutriente ou TSA para bactérias.
Tempo de coleta padronizado, com volume de ar conhecido (ex: 1 m³).
3.3 Incubação e Contagem
As placas são incubadas por:
Fungos: 25 °C por 5 a 7 dias.
Bactérias: 36 °C por 48 horas.
Contagem das Unidades Formadoras de Colônia (UFC/m³).
3.4 Análise e Interpretação dos Resultados
Os resultados são comparados com os limites da ABNT NBR 17037:
Bactérias: ≤ 750 UFC/m³;
Fungos: ≤ 500 UFC/m³.
Relação I/E: ≤ 1,5
A norma estabelece as seguintes parâmetros de referência para ambientes internos:
Parâmetro
Limite Máximo Recomendado
Bactérias Aerobias
750 UFC/m³
Fungos Filamentosos
500 UFC/m³
Relação I/E (interior/exterior)
≤ 1,5
Caso os limites sejam ultrapassados, recomenda-se a investigação da fonte de contaminação, revisão das condições de limpeza, ventilação e manutenção dos equipamentos.
A responsabilidade pelo monitoramento e controle da qualidade do ar é do proprietário ou responsável pelo imóvel. Deve-se garantir:
Execução de planos de manutenção preventiva (PMOC);
Registros e relatórios atualizados de análise do ar;
Contratação de laboratórios especializados, como o HigeyaLab.
A análise microbiológica do ar é uma ferramenta poderosa para garantir ambientes internos saudáveis e em conformidade com a legislação vigente. O cumprimento das diretrizes da ABNT NBR 17037:2023 é essencial para promover a segurança, bem-estar e produtividade dos ocupantes dos ambientes climatizados.